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Por 2016, COB ganha "Big Brother" para integrar confederações e CTs

Em parceria com empresa de tecnologia, Comitê recebe central com equipamentos
de última geração para videoconferências e monitoramento de treinos dos atletas

Por Rio de Janeiro

A sala do Núcleo de Integração Olímpica do Comitê Olímpico Brasileiro mais parece uma central de controle do “Big Brother”. Chamam a atenção os monitores gigantes, com possibilidade de transmissão em tempo real de imagens de Centros de Treinamentos, de 29 confederações esportivas, ou de integrantes da equipe técnica em qualquer parte do mundo conectados a um aparelho móvel: computador, tablet ou celular. Essa é a nova ferramenta do COB na preparação dos atletas do Time Brasil para as Olimpíadas Rio 2016.

Núcleo de Integração Olímpica COB  (Foto: Divulgação / COB)Telões de ultradefinição conectam sede do COB com diferentes centros de treinamentos (Foto: Divulgação / COB)

- É uma estrutura que facilita muito. Nos permite manter um contato com todas as confederações, comissões técnicas ou atletas espalhados no Brasil e até fora do país. Não apenas com o vídeo, mas também com compartilhamento rápido de informações, dados, documentos - explicou o diretor executivo de esportes do COB, Marcus Vinícius Freire.

Fruto de parceria com a empresa de tecnologia da informação Cisco, o COB recebeu, sem custos, equipamentos de última geração que vão ampliar a integração da entidade com todas as confederações filiadas, além de CTs específicos de modalidades como vôlei, ginástica artística e judô.

Núcleo de Integração Olímpica COB (Foto: Fabrício Marques)Equipamento de videoconferência que será distribuído às confederações por todo o Brasil (Foto: Fabrício Marques)

Na sala principal do projeto, na sede do COB, no Rio de Janeiro, foi instalada uma estação com três grandes telas de LCD de 70 polegadas, equipadas com câmeras ultradefinição e áudio com qualidade de cinema. O Comitê também receberá 54 estações menores, com um monitor e uma câmera, que serão espalhadas por 29 confederações esportivas e pontos estratégicos, como bases de treinos de algumas modalidades. Serão ainda disponibilizadas licenças para uso de dois programas que permitem a realização de videoconferências interativas por meio de aplicativos para dispositivos móveis. 

A parceria também inclui a entrega de 30 câmeras para monitoramento, que serão instaladas nos Centros de Treinamentos. Inicialmente, quatro locais receberão o equipamento: Parque Maria Lenk (sede para treinos dos saltos ornamentais e nado sincronizado), Arena da Barra (sede dos treinos da equipe de ginástica artística), CT de Saquarema (sede do vôlei) e Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas, na Bahia.

Para apresentação da nova estrutura, Marcus Vinícius participou na última quinta-feira de uma videoconferência integrando um auditório, a sala de controle na sede do COB, a academia do Parque Maria Lenk, onde a judoca Sarah Menezes fazia exercícios, e a Escola de Educação Física do Exército, na Urca, uma das bases do Time Brasil para 2016, onde estava a revelação do tiro com arco, Marcus Vinícius D'Almeida. 

Núcleo de Integração Olímpica COB (Foto: Divulgação / COB)Marcus Vinícius, do COB, em contato com o xará do tiro com o arco no CT do Exército (Foto: Divulgação / COB)

As câmeras de monitoramento servirão para que diferentes treinadores possam acompanhar atividades à distância e também para gravação de imagens utilizadas pelas equipes de biomecânica para o aprimoramento das técnicas de movimento dos atletas. O equipamento poderá ser útil até para um eventual atendimento médico.

- Com essa estrutura, você tem a possibilidade de conversar com os atletas, com todos da comissão interdisciplinar. Pode estar um técnico em cada lugar, e todos acompanharem o mesmo treino. Por outro lado, você estará filmando o tempo todo, podendo decupar essas imagens para uso em estatísticas, por exemplo, na análise das jogadas de um meio de rede no vôlei - afirmou Marcus Vinícius.

- O equipamento permite também um atendimento imediato em caso de qualquer lesão traumática. Nos CTs, você não consegue ter em tempo integral todos os médicos, toda a equipe de especialistas. A tecnologia permite, então, que naquele exato momento você possa consultar um médico à distância, que terá todas as imagens e poderá ajudar a definir qual procedimento deve ser feito de forma imediata - completou a ex-jogadora de vôlei de praia Adriana Behar, atual gerente de planejamento esportivo do COB.

Núcleo de Integração Olímpica COB (Foto: Divulgação / COB)Videoconferência para apresentação do novo Núcleo de Integração Olímpica do COB (Foto: Divulgação / COB)

Semelhantes aos equipamentos usados em sistemas de segurança, as câmeras entregues ao COB são todas de alta resolução e possibilitam o controle remoto de zoom e o direcionamento das imagens diretamente do núcleo central, na sede do Comitê.

- Quando surgiu a parceria, nós sentamos com o pessoal do COB para discutir como poderíamos colaborar. Com a necessidade de contato com as federações, com comissões técnicas, e acompanhamento remoto dos treinamentos, chegamos à conclusão de que a unidade de colaboração seria era o ideal - explicou o gerente de vendas da Cisco, Eugenio Pimenta.

Além dos benefícios técnicos, a nova estrutura do Núcleo de Integração Olímpica deve gerar grande economia com viagens ao COB e às confederações. Segundo os dirigentes, diversos deslocamentos poderão ser evitados com a facilidade para realizar reuniões por videoconferência. Apenas em 2014, o COB gastou cerca de R$ 40 milhões com passagens, hospedagens e diárias para atletas, comissões técnicas e profissionais da entidade.

Um dos primeiros testes do novo modelo de colaboração e monitoramento do COB foi feito durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho. Na ocasião, ficaram integradas 24 horas por dia a sala de controle no Rio de Janeiro, a Vila Pan-Americana e outras cinco sub-sedes do Time Brasil no Canadá, possibilitando a atuação de diversos profissionais do Comitê que não viajaram para a competição.

- No Pan, nossa operação foi perfeita, pois todo o COB pôde estar conosco lá no Canadá. Uma parte no Brasil e outra, a essencial, em Toronto. Esse foi o diferencial na nossa operação, e será assim nos Jogos Rio 2016 e no futuro - disse Helbert Mendes da Costa, gerente geral de gestão estratégica e marketing do COB.